Construção Sustentável

Principalmente em SP e RJ, estão sendo lançados diversos edificios residenciais com apelo ecológico. Essas construções contam com diversos diferenciais em relação as tradicionais. Aquecedores solares, sensores de presença na iluminação, medição individual de água e gás, louças e metais economizadores de água, local para coleta seletiva e sistema de reuso de água.

Por mais que um projeto seja dotado de todos estes recursos, ainda assim existe uma peça fundamental para que o empreendimento seja realmente ecológico: o morador/usuário. De que adianta ter coleta seletiva se o lixo não for separado? ou tomar banhos de 30 minutos? A construção por si só será uma economizadora de recursos naturais, mas com conscientização os numeros serão ainda melhores!

Alem disso precisamos tornar nossas obras pequenas (a grande maioria) mais racionais e alternativas a brita, areia e cimento serem popularizadas.

Uma boa noticia é que empreendimentos maiores estão se submetendo à analises para receberem certificação de construções sustentáveis o que vai permitir que antes de adquirir um imóvel o futuro proprietário tenha certeza que se trata de um imóvel "verde". A certificação agrega valor à construção e consequentemente será quase uma "obrigatoriedade" para os novos lançamentos. E o planeta agradece.

O mundo vai acabar em descartáveis?

Uma cena que presenciei ontem me fez lembrar de uma passagem da minha infância.

Estava eu tranquilamente almoçando em um restaurante no Terminal Rodoviário do Tietê quando vi um rapaz no balcão, acabando de tomar um copo daqueles gigantes de chopp. Era daqueles copos transparente, bem firmes e com o logotipo da cervejaria bem grande e colorido. Quando ele estava já tomando a "espuminha" fez sinal para o barman que veio rapidamente e pegou bem em frente ao rapaz um novo copo e encheu na chopeira. Fiquei pensando, puxa ele bem que podia ter reenchido o copo usado...

Mas o interessante é que lembrei claramente de um domingo em casa quando eu tinha uns 10 anos. Eu estava ajudando meu pai a lavar a louça do almoço quando falei para ele "Não sei porque a gente não usa tudo descartável, aí era só jogar tudo no lixo depois de comer!" e então meu pai calmamente falou "Imagina! se todo mundo pensar assim não vai ter onde por tanto lixo! para onde você olhar vai ver lixo" e eu disse " Mas a Terra é tão grande!" e ele respondeu " Não tão grande para ter onde por todos os descartaveis se todo mundo usar todo dia"
Eu fiquei quieta, acho que isso me fez começar a me preocupar com o meio ambiente e o engraçado é que só me dei conta disso quando vi a cena e lembrei completamente da conversa...

E olha que quando eu tinha 10 anos não existia garrafa pet de refrigerante, a gente comprava na adega em vasilhames retornáveis ( e ainda bem que hoje voltamos a este hábito porque existem estabelecimentos vendendo coca-cola em garrafa retornável).

Acabei de assistir ao documentário " A última hora", produzido e narrado por Leonardo DiCaprio.

Imaginei que fosse mais ou menos como "Uma Verdade Inconveniente" de Al Gore, mas até que me surpreendi. Gostei de "Uma verdade", mas preferi o livro. " A ultima hora" aborda mais que o aquecimento global. São vários depoimentos de especialistas em várias áreas e também religiosos abordando como tem sido a ocupação humana na Terra, como temos prejudicado os outros seres vivos e como este é um momento de mudança. Impressionante perceber como vários profissionais de diversas áreas tem pesquisado para descobrir tecnologias baseadas no funcionamento da natureza e ver divulgados diversos projetos que estão em andamento. Parece realmente que várias pessoas acordaram ao mesmo tempo.

Acho que é bom uma celebridade abordar a questão da sustentabilidade, ainda mais quando é bem focado para o público Norte Americano (Mudanças lá tendem a refletir rapidamente em todo o mundo). Valeu ter visto.

Me interesso por sustentabilidade há muito tempo. Minha mãe sempre conta que teve que conviver durante um mês com sacos e sacos de lixo reciclável porque aos 12 anos eu descobri a importância da reciclagem e resolvi que não podíamos mais jogar no lixo comum. O problema é que não tínhamos o que fazer com o material e depois de um mês, ele acabou indo para o lixão... E só 10 anos mais tarde começou a coleta seletiva na cidade onde morava (detalhe, só começou porque o aterro saturou e o lixo começou a ser enviado para outra cidade viajando mais de 50 km, então a prefeitura teve que diminuir o volume de lixo enviado)...

Há algum tempo acompanho alguns blogs de temática ambiental, mas nunca me animei a escrever... Na verdade começo pedindo desculpas porque não entendo nada de blogs, eu até então tenho sido apenas leitora e acho que vou apanhar um pouco até aprender direito.

Virei arquiteta porque descobri que mais do que do meio ambiente natural, me fascina esta relação meio “doentia” do homem com o meio, e achei que seria útil se profissionalmente eu pudesse fazer alguma coisa para tentar harmonizar esta relação. É difícil, mas a gente vai tentando...

A idéia é usar esse espaço para falar de arquitetura sustentável e sustentabilidade, mas dando atenção às coisas do nosso dia-a-dia, os rumos que cada um toma para tornar sua passagem pelo planeta a mais “discreta” possível.